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Golpes em marketplaces: como identificar, prevenir e responsabilizar

18 de novembro de 2025
 por
montemor
Golpes em marketplaces: como identificar, prevenir e responsabilizar

Descubra os principais golpes em marketplaces, como se proteger, o que fazer se cair em uma fraude e quem pode ser responsabilizado de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.

Compras online e o crescimento dos golpes em marketplaces

Os marketplaces — plataformas que conectam vendedores e compradores, como Mercado Livre, Shopee e OLX — se tornaram parte essencial do consumo moderno.
Com a facilidade de comprar produtos de qualquer lugar, vieram também os golpes em marketplaces, que têm crescido significativamente nos últimos anos.

Segundo dados do Procon-SP e de órgãos de segurança digital, milhares de consumidores são vítimas de fraudes virtuais todos os meses, muitas delas praticadas dentro (ou simulando) grandes plataformas conhecidas. Entender como esses golpes funcionam e quais são os direitos do consumidor é fundamental para agir com segurança.

Como funcionam os golpes mais comuns em marketplaces

Os golpes de marketplace se reinventam constantemente, mas seguem padrões que podem ser reconhecidos com atenção.
Veja os tipos mais comuns:

 Golpe do anúncio falso

Criminosos criam anúncios idênticos aos originais, com preços muito abaixo do mercado.
Ao clicar e efetuar o pagamento, o dinheiro vai para uma conta fraudulenta — e o produto nunca chega.

Golpe da intermediação falsa

O comprador é convencido a sair da plataforma para concluir a negociação “diretamente com o vendedor”.
Fora do ambiente do marketplace, não há segurança de pagamento nem registro da transação.

Golpe da entrega falsa

O consumidor recebe um código de rastreio falso, ou o produto chega lacrado com outro item dentro da caixa.
Em muitos casos, o vendedor desaparece ou o perfil é deletado logo após a compra.

Golpe do vendedor falso (para lojistas)

Criminosos clonam perfis de compradores ou criam contas falsas de lojas conhecidas para enganar outros usuários e coletar dados pessoais.

Esses golpes têm em comum o uso de engenharia social — ou seja, o criminoso se passa por alguém confiável para induzir o consumidor ao erro.

A responsabilidade das plataformas e dos vendedores

Uma das dúvidas mais frequentes é: quem é responsável quando há golpe em marketplace?

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), tanto o vendedor quanto a plataforma podem ser responsabilizados solidariamente quando a fraude ocorre dentro do ambiente da plataforma.

Quando o golpe ocorre dentro do marketplace

Se o pagamento foi realizado pelo sistema oficial da plataforma, e ela não adotou medidas adequadas de segurança ou fiscalização, o consumidor pode exigir ressarcimento integral e até indenização por danos morais e materiais.

A responsabilidade é objetiva, ou seja, não depende de culpa.
Isso significa que, mesmo que a empresa alegue que o golpe foi de terceiros, ela responde por falhas no serviço — conforme os artigos 12 e 14 do CDC.

Quando o golpe ocorre fora do marketplace

Se o consumidor aceita negociar fora da plataforma, o cenário muda.
Nesses casos, o marketplace não tem mais controle da transação, e a responsabilidade recai sobre o criminoso.
Ainda assim, se houver falha na comunicação da plataforma, ela pode ser investigada por omissão.

O que fazer se você caiu em um golpe em marketplace

Agir rápido faz toda a diferença.
Se você foi vítima de uma fraude, siga este passo a passo:

  1. Guarde todas as provas: prints da conversa, anúncios, recibos e comprovantes de pagamento.
  2. Registre um boletim de ocorrência: pode ser feito online em portais oficiais da Polícia Civil.
  3. Comunique o marketplace imediatamente: abra um protocolo e envie todas as evidências.
  4. Notifique o banco ou intermediador de pagamento: algumas instituições conseguem bloquear o valor se o pedido for recente.
  5. Procure o Procon ou um advogado especializado: se houver prejuízo financeiro, é possível ingressar com ação judicial para ressarcimento e indenização.

Lembre-se: o consumidor tem até 5 anos para buscar seus direitos, conforme o artigo 27 do CDC.

Como se proteger de golpes em marketplaces

A prevenção ainda é o melhor remédio.
Aqui vão boas práticas para evitar cair em fraudes:

  • Desconfie de preços muito abaixo do mercado.
  • Nunca finalize compras fora da plataforma oficial.
  • Verifique se o perfil do vendedor é verificado e bem avaliado.
  • Evite enviar comprovantes, dados pessoais ou documentos via chat.
  • Prefira formas de pagamento seguras, com intermediação e garantia.
  • Confira o endereço do site: golpistas costumam usar domínios parecidos, com pequenas alterações.

Esses cuidados simples reduzem drasticamente o risco de cair em um golpe virtual.

Casos recentes e a importância da segurança digital

Nos últimos anos, diversos casos julgados pelo STJ reforçaram que as plataformas digitais têm o dever de fiscalizar e proteger os usuários.
A omissão em coibir anúncios fraudulentos ou a demora em resolver reclamações pode configurar falha na prestação do serviço.

Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impõe que empresas online garantam a segurança das informações pessoais dos usuários — e vazamentos também podem gerar responsabilização.

Responsabilidade compartilhada: consumidor também tem dever de cautela

Apesar da responsabilidade objetiva das plataformas, o consumidor também deve agir com prudência.
Negociar fora do ambiente oficial ou ignorar alertas de segurança pode ser interpretado como culpa concorrente, reduzindo eventual indenização.

Por isso, é importante agir sempre com cuidado, especialmente em épocas de grande movimento no comércio eletrônico, como Black Friday e Natal, quando os golpes aumentam significativamente.

Conclusão: informação é sua melhor defesa

O comércio eletrônico trouxe praticidade, mas também novos desafios para a segurança do consumidor.
Os golpes em marketplaces mostram que a linha entre conveniência e vulnerabilidade é tênue — e que a informação é a principal ferramenta de proteção.

Se você foi vítima de um golpe online ou quer entender melhor seus direitos, busque orientação jurídica especializada.
Advogados com experiência em Direito Digital e do Consumidor podem ajudar a recuperar valores e responsabilizar empresas e golpistas.


👉 Continue acompanhando o blog da Advocacia Montemor para entender seus direitos digitais e se proteger no ambiente online. Informação é proteção — compartilhe este conteúdo!

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